Na corrida por buscar soluções de prevenção à covid-19, diversas vacinas estão sendo produzidas no mundo. No Brasil, um estudo no Estado de São Paulo estava sendo realizado e foi interrompido por decisão da Anvisa após um evento adverso. Na disputa política, o presidente Jair Bolsonaro ‘comemorou’ a paralisação dos testes. “Mais uma que Jair Bolsonaro ganha”, declarou o presidente no Facebook junto com um link sobre a suspensão, em resposta a um internauta que perguntava se o governo compraria e produziria a vacina caso os ensaios – atualmente na fase 3 – mostrem que é eficaz e segura.

Sobre a interrupção dos testes, Anvisa não detalhou o ocorrido. O diretor do Instituto Butantan – órgão público que coordena os testes -, Dimas Covas, afirmou em uma entrevista à TV Cultura que se trata de um “óbito não relacionado à vacina” e pediu explicações à Anvisa, cuja decisão lhe causou surpresa. A CoronaVac tem sido o centro de uma batalha política no Brasil entre um de seus maiores defensores, o governador de São Paulo João Dória, e seu principal rival político, o presidente Bolsonaro. “Esta é a vacina que o Dória queria obrigar todos os paulistas a tomá-la”, acrescentou o presidente em sua resposta ao internauta.

Bolsonaro, que subestimou a gravidade da pandemia e criticou as medidas de quarentena impostas em vários estados, referiu-se ao modelo da Sinovac como a vacina “desse outro país”. No mês passado, cancelou um acordo de compra de 46 milhões de doses anunciado por seu próprio ministro da Saúde.

 

Valorização de outras vacinas

Já nesta quarta-feira (10), a Agência Brasil destaca a vacina da BioNTech, ‘líder na corrida para produzir evidências de uma vacina contra covid-19 que funcione, está planejando estabelecer um preço para o potencial imunizante em duas doses abaixo das “taxas típicas de mercado” e criará diferenciações entre países e regiões.

Em evento online do Financial Times, o chefe de estratégia da empresa alemã de biotecnologia, Ryan Richardson, disse que o preço da vacina, desenvolvida em conjunto com a farmacêutica norte-americana Pfizer e que ainda precisa obter aprovação regulatória, refletirá os riscos financeiros que seus investidores do setor privado correram.

“Buscamos perseguir uma abordagem equilibrada que reconheça que a inovação exige investimento de capital, então o plano para o preço da nossa vacina está bem abaixo das taxas típicas de mercado, refletindo a situação em que estamos e o objetivo de garantir acesso amplo ao redor do mundo”, disse Richardson no evento do FT.

“Espero que exista uma precificação diferenciada em certas regiões do mundo”, acrescentando, se recusando a detalhar este tema.

Com informações UOL e EBC