Mudanças na cobrança de taxa de juros dos financiamentos habitacionais da Caixa Econômica Federal (CEF) podem deixar o sonho da casa própria mais perto. Os financiamentos de imóveis do Banco vão ficar de 35% a 51% mais baratos.

Os juros dos financiamentos eram calculados pela Taxa Referencial (TR). Agora, uma segunda linha foi criada. Por ela, as prestações mensais vão variar de acordo com a inflação, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que é o índice oficial que mede a variação de preços no Brasil. O cliente poderá escolher qual linha ele quer.

Durante o lançamento do IPCA para crédito imobiliário, o presidente da CEF, Pedro Guimarães, afirmou que hoje a taxa de juros fixa fica entre 8,5% e 9,75% ao ano mais a TR, que está zerada há 12 meses. A nova linha vai reduzir a taxa de juros para 2,95% a 4,95% ao ano, dependendo do financiamento, mais a inflação, que, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), deve fechar o ano em 3,8%.

O resultado é a possibilidade de uma habitação mais barata para o consumidor e a geração de empregos. Por exemplo, um apartamento que custa R$ 300 mil tinha hoje uma prestação inicial de R$ 3.168. Essa prestação, agora, cai para R$ 2.050, se tiver a taxa de IPCA mais cara (4,95% ao ano), ou para R$ 1.566 com a taxa mais barata (2,95%).

O presidente da Caixa, Pedro Guimarães, disse que a nova modalidade é, em especial, para população mais carente. “É uma redução do custo do crédito, algo que a gente acredita que vai ter impacto no crescimento econômico dos próximos anos. Vai ter mais emprego, mais crédito e vai movimentar a economia”, afirmou.

Os contratos de financiamento habitacional com atualização pelo indexador IPCA seguirão as seguintes condições:

  • Prazo máximo de 360 meses;
  • Quota máxima de financiamento de 80%.

Além do sonho da casa própria, os juros menores vão movimentar a economia e criar empregos, já que o setor da construção civil é intensivo em mão de obra. É o que afirmou o economista da Escola Nacional de Administração Pública (Enap), José Luiz Pagnussat. “Ajuda a reativar os financiamentos no curto prazo. O setor da construção civil é estratégico para a economia e gerador de empregos”, disse o economista.

Segundo José Luiz Pagnussat, a diminuição dos juros também favorece a competição com a entrada de novos financiadores. Como a Caixa Econômica detém 70% da carteira de financiamentos no país, os demais bancos podem também baixar suas taxas para não perder clientes.

Financiamentos e juros

A taxa de juros vai variar de acordo com o relacionamento do cliente. O vice-presidente de Habitação da Caixa, Jair Luis Mahl, explicou que haverá quatro degraus de relacionamento para a definição da taxa maior ou menor: para a pessoa que não tem relacionamento com a Caixa, para quem tem conta no Banco, para aquele que tem conta-salário e para a pessoa que tem conta-salário e permite débito em conta.

A Caixa financia hoje até 80% do imóvel. As taxas anunciadas valerão para novos contratos a partir da próxima segunda-feira (26). Os contratos terão prazo máximo de 360 meses (30 anos). O recálculo da prestação será mensal de acordo com o índice de inflação divulgado pelo IBGE.

Simulação

As simulações já podem ser realizadas no site da Caixa, onde o cliente pode comparar os juros e condições para o financiamento. As novas taxas variam de acordo com o nível de relacionamento do cliente com o banco.

Fonte: Gov BR

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil