Tendo em vista a piora do cenário hídrico, que reduz a oferta de energia das usinas hidrelétricas, a conta de energia ficará mais cara em todo o Brasil, chegando à bandeira tarifária vermelha 2. O desafio se torna ainda maior pelo fato de as pessoas estarem mais tempo em casa, devido à pandemia, às férias escolares e aos dias mais frios. “Além do impacto no orçamento das famílias, os insumos de energia elétrica e água são também itens importantes para a atividade produtiva industrial, do agronegócio, do comércio e dos serviços em geral”, aponta Nelson Bueno de Oliveira, coordenador da pós-graduação em Finanças Corporativas do Senac Jundiaí, novo título que está com inscrições abertas.

Diante desse cenário, o que podemos fazer? Segundo o professor, devemos ter consciência de que a inflação elevada tende a ser mais duradoura do que se admitia há uns meses, de forma que se faz necessário revisar os orçamentos domésticos. O conselho é para as famílias diminuírem o uso da energia elétrica e o da água para evitar racionamentos. “Se já tínhamos esse cuidado de apagar as luzes quando saímos de um ambiente, agora será necessária uma revisão completa nos hábitos de consumo”, pondera. Nelson aponta alguns itens:

  • Aproveitar a luz solar durante o dia;
  • Colocar a bancada de trabalho próxima a janelas;
  • Trocar lâmpadas fluorescentes por lâmpadas Led;
  • Ao sair de um ambiente apagar as luzes;
  • Reduzir o tempo de banho e se possível não utilizar no modo “inverno”;
  • Passar apenas as roupas necessárias;
  • Quando não estiver utilizando aparelhos eletrônicos retirá-los da tomada;
  • Reveja as condições da geladeira, borrachas de vedação e não abra a porta sem necessidade;
  • Se possível, trocar eletrodomésticos antigos por modelos novos com selo de eficiência energética.

No caso das empresas, elas precisam estar atentas e fazer gestão desse cenário desafiador, gerindo os custos, com atenção para o câmbio também, em particular, exportadores e importadores. “As fontes de energia hidrelétrica participarão menos da matriz brasileira e as termelétricas, ao serem acionadas, irão encarecer as contas”, afirma.

 Nelson completa dizendo que do lado da indústria, do comércio, da prestação de serviços e do agronegócio há reflexos também. “Com gastos mais elevados em casa, o consumidor tem a tendência de adiar suas compras, sendo importante os empresários já preverem esse cenário para adequar as projeções de receitas dos próximos meses”, explica. No entanto, o professor aponta que com a cobertura vacinal avançando, as atividades informais tendem a ir se recompondo, fazendo com que a população tenha mais dinheiro nas mãos. “O emprego formal também tende a andar junto com o crescimento do PIB, isso pode criar um quadro otimista para o Brasil”, projeta.