O número de professores no Brasil passa de 2,5 milhões, segundo censos educacionais do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) referentes a 2017 e divulgado no ano passado pela EBC.

Mas este grande exército de educadores deve ser bem maior do que o contabilizado neste Censo Escolar. Há diversos outros mestres que não aparecem nos dados estatísticos. É o caso do professor Leandro Fioravante Mazzette, que não está em sala de aula. Ele também não cuida da formação acadêmica de suas alunos.  Mas como todo bom professor, transforma a vida de quem passa por seus ensinamentos.

“Ver a conquista deles é muito gratificante”, diz Leandro, que é formado em Educação Física e trabalha como professor há 10 anos. Começou seu caminho quando era atleta profissional de tênis e via que podia ensinar as crianças a jogar. Hoje Leandro ainda atua com os alunos de tênis mas expandiu seus desafios: trabalha nas área de rendimento e na saúde. “Tenho todo tipo de aluno, desde o atleta profissional até os que estão com problemas de saúde e precisam de reabilitação”, explica.

Entre as principais mudanças na saúde dos alunos, Leandro cita alguns casos: “Quando recebo alguém que me conta sobre as melhorias em sua vida, em ações cotidianas, como por exemplo dirigir sem dor, ou nos casos de obesidade mórbida que depois mantém um peso bom e a saúde em ordem,  fico muito feliz”.

Feliz com a conquista do outro

Quem também compartilha deste sentimento é Maria Eliana Nobre dos Reis, professora do Estado e que leciona língua portuguesa há 12 anos. Maria Eliana se lembra com carinho dos reencontros com alunos e da alegria em poder inspirá-los. “Sempre incentivo os estudantes a prestarem vestibulinho e irem para cursos técnicos. Teve um ano que um grupo de cinco garotas me pediu ajuda para estudar além da sala de aula. Passado um tempo, uma delas veio me contar que acertou questões do vestibulinho porque lembrou das minhas explicações. Fiquei muito feliz!”, conta.

Mas a professora sabe que inspirar os alunos é um grande desafio. Ela prepara aulas e muitas vezes não tem atenção da maioria da sala, que ficam no celular, com fones de ouvido, conversando e não respeitam a autoridade do educador. “Ainda assim, quando vejo dois ou três que estão com vontade de aprender, sei que vale a pena ensinar”.

 

Desafio de inspirar

Maria Eliana se dedica. Assim como muitos outros professores, compra materiais como cartolinas, pincéis, tintas, tudo para poder oferecer aos alunos aulas diferentes. “Mas é complicado. Perdemos espaços importantes como a sala multiuso, onde trabalhávamos com vídeos e outras atividades. Fica difícil manter o interesse dos alunos”, conta.

Ainda assim, quando se questiona sobre o motivo de continuar lecionando, Maria diz: “É o que gosto de fazer”. Maria Eliana também atua fora das salas de aula: é voluntária em um projeto social e dá aulas de inglês para crianças.

Também fora das salas de aulas, mas também planejando o melhor para seus alunos, Leandro conta que tem que sempre se manter atualizado e incentivar todos os dias para que cheguem aos bons resultados.

“Preciso entender a rotina de cada um e preparar o melhor treino para cada caso. Tenho que ler muito, estudar o que fazer para alcançar os objetivos. É trabalhoso mas realmente ser professor, compartilhar meu conhecimento e melhor a saúde e a vida das pessoas, é o que gosto de fazer”.