O inverno traz algumas ocorrências típicas desta estação: queda das temperaturas, noites mais longas e dias mais curtos, além do aumento das doenças respiratórias, como gripes, resfriados e pneumonias. Mas, para além disso, a mudança de temperatura agrava picos hipertensivos e, consequentemente, contribui para o aumento dos casos de infartos e AVCs.
Esse fator é principalmente causado pela vasoconstrição, que reduz o fluxo sanguíneo e causa um desequilíbrio entre oferta e demanda de oxigênio no organismo, o que pode aumentar o risco de doenças cardiovasculares. Como agravante, muitas pessoas deixam de praticar exercícios e passam a consumir alimentos mais calóricos, buscando conforto e aquecimento.
Portanto, o aumento na incidência de casos de infartos e AVCs no inverno não é mito. Trata-se de um assunto que merece atenção, como esclarece Marcos Pimentel, diretor clínico do Hospital Evangélico de Sorocaba (HES). “É fundamental manter o condicionamento físico, adaptando os exercícios ao frio, e seguir uma alimentação saudável com boa ingestão de água”, afirma. Ele também alerta sobre sinais que indicam a necessidade de buscar ajuda médica, como dores no peito, alterações na pressão arterial e dores de cabeça relacionadas à pressão, que sugerem possíveis problemas cardiovasculares.
Doenças respiratórias
Ainda segundo o Dr. Pimentel, alguns fatores explicam a maior frequência de doenças respiratórias neste período do ano. A oscilação de temperatura aumenta casos de gripes e resfriados, além de piorar condições como asma e rinite. Durante esta estação, as pessoas tendem a permanecer em ambientes fechados e com pouca ventilação, facilitando a propagação de doenças respiratórias. “Para se proteger, é ideal buscar ambientes arejados e evitar contato próximo com pessoas sintomáticas”, orienta o médico. É importante também ter cuidado em transportes coletivos, onde janelas costumam ficar fechadas. Nesses casos, o uso de máscara ajuda a reduzir os riscos.
Fortalecer o sistema imunológico é essencial no inverno, o que pode ser feito através de uma alimentação saudável, boa hidratação, além de um sono com qualidade. É aconselhável uma dieta rica em frutas, legumes, verduras, grãos integrais e proteínas magras. Nesta época, é comum a diminuição da ingestão de água, especialmente entre idosos. “Eles sentem frio, ficam encolhidos e não querem ingerir líquidos, o que pode levar à desidratação e comprometimento do sistema imunológico, aumentando o risco de doenças”, explica o médico. Por fim, deve-se ficar atento a alguns sinais de alerta, como febre persistente que não melhora com antitérmicos, incapacidade de realizar atividades diárias, como levantar da cama, e confusão mental. Nestes casos, é aconselhável procurar um médico.