Em 1987, a Organização das Nações Unidas (ONU) determinou 26 de junho como o Dia Internacional de Combate às Drogas, e aqui no Brasil o Julho Branco – mês do combate ao uso de drogas por crianças e adolescentes, de acordo com a Sociedade de Pediatria de São Paulo.

O problema de tabaco, álcool e outras drogas na adolescência atinge o mundo todo. O Brasil também não escapa desse cenário e da sua iniciação cada vez mais precoce. A adolescência é a faixa etária de maior vulnerabilidade para a experimentação e o uso abusivo de álcool e drogas, e os motivos que levam ao aumento do uso dessas substâncias são diversos. Alguns fatores podem estar relacionados a essa fase da vida, na qual são comuns a sensação de onipotência, ou seja, sentir que tem poder para fazer o que quiser e a necessidade de desafiar a família e a sociedade buscando novas experiências.

“É preciso manter o dialogo sempre com os filhos. A falta de informação começa dentro de casa. Uma vez que a família não conversa gera curiosidade. Os pais devem ser o exemplo. Quando isso não ocorre, eles buscam foram de casa”, explica a Assistente social e supervisora do psicossocial do Hospital Universitário, Marcela Arvigo.

A prevenção deve começar cedo, por volta dos sete ou oito anos de idade. Nessa faixa etária, as crianças ainda ouvem os pais. Já na pré-adolescência, é aos amigos que o jovem dará mais atenção, muitas vezes ignorando os conselhos dos pais.

A abordagem deve ser feita de maneira natural, introduzindo o assunto quando criança, por exemplo. Na adolescência é um período de grande busca de informação, e é quando é formado o caráter, o comportamento e a índole. “É uma fase de curiosidade, onde a procura por informação acaba sendo muitas vezes em lugares e pessoas erradas. A internet é muito prejudicial, pois não tem filtro do que é certo ou errado, por isso é necessário que os pais conversem e mostre o real da situação”, completou Marcela.

A assistente social reforça que é preciso prestar atenção no comportamento do jovem. “É preciso ficar sempre atento se o jovem está se distanciando, está agressivo ou calmo demais e observar a rotina, os amigos e o meio que ele anda”.

Especialistas ressaltam que quanto menor a idade de início da ingestão da bebida e outras drogas, maiores as possibilidades de o jovem se tornar um usuário dependente ao longo da vida. O consumo antes dos 16 anos aumenta significativamente o risco de se tornar alcoólatra na idade adulta. Se houver histórico familiar de adicção de álcool e outras drogas, por estarem mais expostos a essas substâncias e devido à hereditariedade, estão mais propensos ao uso precoce.

Adolescentes que se expõem ao uso excessivo dessas substâncias podem desenvolver problemas como:

· ansiedade

· depressão

· transtorno de personalidade

· déficit de memória

· perda de rendimento escolar

· retardo no aprendizado e no desenvolvimento de habilidades

Caso os pais percebam que o jovem está apresentando um comportamento incomum, a recomendação é procurar ajuda de um especialista. O exemplo e o dialogo são primordiais. “Muitos pais tem medo de confrontar o que está ocorrendo e isso pode acarretar em uma situação ainda mais complicada”, concluiu a especialista.