As contas de luz de residências, comércios e indústrias ficam, em média, 19,25% mais caras em Indaiatuba (SP), Louveira (SP) e Vinhedo (SP), a partir de 23 de outubro. De acordo com a concessionária CPFL Piratininga, imóveis de baixa tensão terão reajuste de 18,70% na tarifa de energia. Para clientes de alta tensão, o aumento chega a 20,18%.

O reajuste aprovado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), definido em reunião nesta terça-feira (16), ocorre um ano após o último aumento. A justificativa da concessionária, que abastece 27 cidades do estado de São Paulo, é a necessidade de comprar energia por conta da estiagem.

Em 2017, o impacto médio para o consumidor foi de 17,28%, sendo que para indústrias a alta havia sido maior do que neste ano, 21,51%. Já as residências – baixa tensão – tinham sofrido menos com o reajuste.

De acordo com a CPFL Piratininga, o cálculo das novas tarifas é baseado em custos e despesas operacionais a companhia, impactados principalmente pelos gastos com compra de energia.

A estiagem dos últimos meses e a queda no nível de água dos reservatórios provocaram uma redução na produção de energia de hidrelétricas, segundo a CPFL. Com isso, a empresa informou que precisa comprar energia de termelétricas.

“Mesmo com a utilização do modelo de bandeiras tarifárias, que ajusta o valor da conta de luz com base no custo de geração, as receitas arrecadadas não foram suficientes para cobrir os gastos acumulados com este fator, que agora estão sendo repassados para as tarifas de energia”, disse a empresa, por nota.

O custo da distribuidora de energia também foi impactado pela alta do dólar. A moeda define o preço da energia da hidrelétrica de Itaipu, a maior do Brasil.

Composição da tarifa
Despesas com compra de energia, sistema de transmissão, encargos setoriais e tributos estaduais e federais são responsáveis pela maior parte da tarifa de energia elétrica.

De acordo com a CPFL, uma conta no valor de R$ 100 tem R$ 14,90 de custos diretos de consumo e os R$ 85,10 restantes se referem aos outros gastos.

“Dos 19,25% definidos pela Aneel como reajuste médio das tarifas da distribuidora, apenas 1,76% se refere aos custos de distribuição, repassados, de fato, à CPFL Piratininga, sendo o restante, de 17,49%, relacionados aos demais custos que a concessionária não possui gestão”, diz a nota.