A Santa Casa de Louveira divulgou em suas redes sociais os mitos e verdades sobre a vacinação. A entidade ressalta que as fake news a respeito da imunização põe em risco não só as crianças mas toda a sociedade.

Entre os principais mitos destacados pela publicação estão:

DOENÇAS ‘NÃO TÃO GRAVES’ – Algumas pessoas acreditam e divulgam que algumas doenças como catapora e sarampo não são tão graves e por isso não é tão necessária a vacinação. Este é um grande mito. A publicação da Santa Casa explica que se a doença faz parte das infecções preveníveis por vacina é porque é potencialmente grave e pode causar desde complicações severas à saúde até a morte. “Sim, sarampo e catapora podem matar”, destaca o texto.

DOENÇAS NÃO VOLTAM A SURGIR – Também é grande a quantidade de pessoas que acham que se metade da população estiver imunizada, as doenças não voltam a aparecer. No material divulgado pela Santa Casa, a entidade destaca que para evitar que uma doença seja reintroduzida na sociedade é preciso uma taxa de imunização de 95%. “Atualmente vemos grupos de faixas etárias com taxas baixíssimas de imunização, chegando a menos de 50%”.

Vale ressaltar que algumas doenças, prevenidas através de vacina, voltaram a apresentar casos, como a coqueluche. Neste caso, a vacina pentavalente, que imuniza as crianças contra os vírus da doença, esteve em falta no país.

Falta de vacina pentavalente

O Programa Nacional de Imunização do Brasil é referência internacional de saúde pública e oferece na rede pública vacinas para as principais doenças imunopreveníveis.

Apesar disso, há momentos em que o sistema público fica sem o abastecimento de vacinas. Até o início deste ano, a pentavalente, que previne contra difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e contra a bactéria haemophilus influenza tipo b, responsável por infecções no nariz, meninge e na garganta. esteve em falta em diversas cidades, inclusive Louveira. Na última semana, doses da vacina chegaram até a cidade.

A vacina pentavalente é aplicada nas crianças aos 2, 4 e 6 meses de idade. Os reforços e/ou complementações em crianças a partir de 1 ano são realizados com a vacina adsorvida difteria, tétano e pertússis (DTP).

De acordo com informações do site do Ministério da Saúde, no dia 09 de janeiro começou a distribuição de doses da vacina pentavalente para os Estados, que encaminham para os municípios. A pasta orienta que os municípios devem regularizar a caderneta de vacinação das crianças assim que os estoques estiverem regularizados.

A pasta informou ainda que entre junho e dezembro, a oferta esteve irregular devido a problemas com o fornecedor. O Brasil compra a vacina via Fundo Estratégico da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), pois não existe laboratório produtor no país. Em julho de 2019, lotes do laboratório pré-qualificado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) foram reprovados no teste de qualidade do Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS) e análise da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Em agosto, o Ministério da Saúde solicitou reposição do produto, mas, naquele momento, não havia disponibilidade imediata no mundo.

No período em que esteve em falta na rede pública, muitos pais procuraram a rede particular para realizar a imunização de seus filhos.

Vacinação na rede particular

Na rede particular a vacina disponibilizada é a Hexavalente, conforme explica a enfermeira especialista em vacinação, Marta Mendes Gouvêa, que trabalha há 13 anos nesta área. “Não dá reação e em todos o mundo é feita esta vacina, que é acelular. Apenas no Brasil ainda é feita o produto bruto”.

Com a falta da pentavalente na rede pública, Marta percebeu que muitos pais optaram por garantir a proteção de seus filhos procurando clínica especializada em vacinas. “Já são as vacinas que mais aplicamos mas aumentou bem a demanda. Esta é a principal vacina que o recém nascido deve tomar e precisa ser feita em três etapas: aos 2, 4 e 6 meses. Tem um reforço com um ano e três meses”, salienta.

A enfermeira destaca ainda que os casos de coqueluche tem aumentado no Brasil. “Algumas maternidades e centros de saúde estão exigindo que os pais e parentes próximos tomem vacina contra coqueluche. É uma vacina que faço muito nos adultos também”.

A equipe de jornalismo do Acontece Louveira entrou em contato por e-mail com a Secretaria Estadual de Saúde que informou que há casos de coqueluche em São Paulo mas estão em queda: em 2019, houve 130 casos, contra 462, em 2018.

Nem a Secretaria Estadual e nem Prefeitura informaram a quantidade de vacinas pentavalente encaminhadas para Louveira.