A vacina contra a dengue deverá estar disponível para toda a população pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em 2022. Produtor de imunobiológicos, o Instituto Butantan está na fase final de produção da vacina. A expectativa é que possa ser indicada, tanto para pessoas que já foram infectadas por um dos quatro subtipos da dengue, quanto para quem nunca teve a doença.
“Isso nos dá muito orgulho porque é uma instituição pública e é um desenvolvimento tecnológico nacional. Vamos produzir a vacina não só para o mercado brasileiro, mas para toda a comunidade mundial”, disse o secretário de Vigilância em Saúde do ministério da Saúde, Wanderson Kleber de Oliveira.
De acordo com o Ministério, em 2019 (até 24 de agosto), foram registrados 1.439.471 de casos de dengue no país, um crescimento de 599,5% em relação ao mesmo período de 2018 (205.791). A taxa de incidência, que considera a proporção de casos por habitantes, é de 690,4 casos/100 mil habitantes. Entre os estados com casos, destacam-se Minas Gerais, Goiás, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal. Com relação ao número de óbitos, foram confirmadas 591 mortes.
A expectativa é de que com a vacina haja diminuição do número de casos e mortes. No entanto, “a vacina não será solução para tudo porque o mosquito também pode transmitir a zika e o chicungunha. Então, não podemos baixar a guarda”, lembrou o secretário.
O projeto está na terceira e última fase, que é a demonstração da eficácia da vacina. A expectativa dos pesquisadores é de que a eficácia seja igual ou superior a 80%, considerada bastante alta. Outro objetivo dessa última fase é transportar para uma escala industrial todo o procedimento que foi feito em uma escala piloto menor.
O diretor da Divisão de Ensaios Clínicos e Farmacovigilância do Butantan, Alexander Roberto Precioso, ressaltou o pioneirismo da ação. “Esse é o primeiro programa que chega a fase três totalmente produzido, desenvolvido e estudado por pesquisadores brasileiros de um instituto público. E é pioneiro no mundo porque tem o objetivo, não só de atender à demanda brasileira, mas contribuir com outros países”, afirmou.
De acordo com o ministério da Saúde, desde 2015, foram destinados cerca de R$ 465 milhões para pesquisas e desenvolvimento de vacinas e novas tecnologias.
Etapas de desenvolvimento
Para garantir segurança e eficácia, o processo de desenvolvimento de uma vacina é complexo e passa por diversas etapas, podendo durar anos. Contra a dengue, são necessárias três fases antes de pedir o registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O desenvolvimento da vacina começou em 2009.
A dose da vacina está sendo administrada em dezessete mil voluntários de dois a 59 anos contra os quatro sorotipos dos vírus da dengue nas cinco regiões do Brasil. Os voluntários são acompanhados por cinco anos. “Todos já foram vacinados com uma dose de vacina porque a nossa expectativa é de que essa vacina funcione apenas com uma dose”, relatou o diretor.
Na primeira fase, a vacina foi testada em um grupo pequeno de até cem pessoas para avaliar a segurança. Já na segunda fase, o número de pessoas aumentou e foi iniciada a análise imunológica, ou seja, como a vacina estimula o sistema imunológico.
Após a terceira fase, da comprovação de eficácia, o dossiê é submetido à Anvisa para que se conquiste o certificado da vacina.
Campanha contra dengue 2019
O mês de novembro é marcado pelo início das chuvas. É o começo também do aumento dos focos de dengue. Neste ano, o Ministério da Saúde antecipou a campanha em trinta dias e começou no final de setembro justamente para que os alertas fossem feitos antes das chuvas.
O objetivo é eliminar as possibilidades de foco antes que virem, de fato, focos do vírus. Par isso, são importantes ações como virar garrafas de boca para baixo, limpar as calhas do telhado ou não deixar os pratinhos das plantas com água parada.
“Todos esses locais, por menor que sejam, são importantes para o crescimento da doença. Uma tampinha de garrafa para o mosquito é uma piscina olímpica e ele se reproduz com muita velocidade”, alertou o secretário de Vigilância em Saúde do ministério da Saúde, Wanderson Kleber de Oliveira.
A campanha deste ano traz o slogan “E você? Já combateu o mosquito hoje? A mudança começa por você”. Mais uma vez, é fundamental o engajamento da população. “Não temos um tratamento específico. Então, é fundamental a prevenção impedindo que o mosquito nasça neste verão”, ressaltou Wanderson Oliveira.
Durante todo o ano, o ministério da Saúde combate o mosquito com apoio da Sala Nacional de Coordenação e Controle. As videoconferências com as 27 salas estaduais ocorrem mensalmente e, durante o período epidêmico, quinzenalmente. O Ministério também oferece aos estados e municípios apoio técnico, veículos para realizar fumacês, testes diagnósticos e fornece insumos, como larvicidas.
Informações e fotos: Gov BR
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