Os cuidados com o corpo precisam ser redobrados na terceira idade e com a saúde bucal não é diferente. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 41% dos brasileiros com mais de 60 anos perderam todos os dentes, o que afeta a alimentação e a qualidade de vida de pessoas idosas. De acordo com a coordenadora do curso de Odontologia da Faculdade Anhanguera, professora Miriane Carneiro Machado Salgado, é preciso aumentar a atenção com a saúde bucal na senilidade.
“O processo natural de envelhecimento implica em problemas como a diminuição na produção de saliva e a retração da gengiva, assim como desgastes causados pelo uso de diferentes medicamentos, que podem causar secura e halitose”, afirma a dentista. “Por outro lado, é possível chegar à terceira idade de forma saudável e sem edentulismo, nome que se dá à perda total ou parcial dos dentes”, pontua.
O edentulismo, nome que se dá à perda total ou parcial dos dentes, prejudica a mastigação, a digestão, a fala e tem efeitos negativos na saúde mental da população idosa, que fica com a autoestima comprometida e tende a limitar o convívio social. Uma das principais causas desse quadro é a doença periodontal e a cárie. “Com menos salivação, a boca fica mais vulnerável a bactérias e propensa ao desenvolvimento de placas e inflamações na gengiva, por isso, a higiene bucal deve ser uma prioridade”, explica.
A docente recomenda hidratação constante para equilibrar a produção de saliva e uma alimentação supervisionada de forma multiprofissional (odontologista e nutricionista), com cardápio rico em fibras e com restrição de açúcares. “É necessário fazer visitas periódicas a um dentista de confiança para verificar qualquer problema que possa surgir, além de adotar o hábito de usar flúor e fio dental diariamente, principalmente para proteger a raiz dos dentes, que fica mais exposta ao envelhecer”, completa.
PRÓTESES
Após as refeições, para a correta higienização das próteses (popularmente denominadas dentaduras), o indicado é retirá-las para escovação completa, utilizando detergente neutro ou produtos específicos para higiene de próteses dentais (recomenda-se o uso de cremes dentais sem abrasivos). “A estrutura deve ser limpa por completo nesse processo”, segundo a professora da Anhanguera.
Antes de dormir, a dentista afirma que o item deve ficar em um copo com água e algumas gotas de hipoclorito de sódio (água sanitária), na proporção de 1 colher de café de hipoclorito para 250 ml de água. Isso é importante para manter a peça protegida e proporcionar o relaxamento dos tecidos de suporte. “Para pacientes com ausência total dos dentes, é preciso massagear as gengivas e limpá-las com gaze e antisséptico sem álcool, também é necessário higienizar as bochechas e a língua”, finaliza.
