Com gritos de “não somos contra Lei” e “só queremos espaço”, o grupo que participou da Audiência Pública desta segunda-feira (05) que apresentou e discutiu o Projeto de Lei 18/2020, conhecido como a Lei do Silêncio, saiu da Câmara Municipal de Louveira insatisfeito.

A reclamação é que as verdadeiras dúvidas não foram esclarecidas. “De que adianta perguntar?”, questionava um dos participantes. O principal questionamento era sobre um espaço adequado para quem gosta de som automotivo. “Não somos contra a Lei, só queremos espaço”, gritava outro cidadão.

Entre os que fizeram uso da palavra, Juliana Thais Souza Maciel, que mora em Louveira desde 2003, falou sobre a dificuldade de conseguir espaço para quem gosta deste tipo de evento. “Para festas feitas pela Prefeitura, não tem limite de horário. Quando organizamos algo de som automotivo é muita dificuldade, tem hora para acabar, ficam em cima”, desabafou.

O pai de Juliana trabalha com som automotivo e ela fez questão de ressaltar: “É o que sustenta nossa família. Não queremos fazer bagunça”. Além da jovem, outros destacaram a falta de espaço para lazer na cidade.

Explicações

Os integrantes da Guarda Municipal de Louveira Cleiton de Lima e Evellin Vitor foram os responsáveis por apresentar as mudanças na Legislação, como o aumento do valor de multa para quem infringir as normas, que poderá ser de R$ 1 mil e, no caso de segunda notificação, chegar a R$ 3 mil.

O projeto foi elaborado pelo Poder Executivo e os guardas fizeram questão de ressaltar os motivos do cumprimento da Lei do Silêncio: “Muitas famílias tem crianças, idosos ou outras pessoas com patologias que são agravadas com o som alto, como o autista, que pode se incomodar com barulhos”, explicou Evellin, elencando outras doenças causadas pela poluição sonora.

Mas não foi possível sanar os questionamentos da população, uma vez que a liberação de espaço para eventos de som automotivo só pode ser realizada pela Prefeitura.

Apenas três vereadores estavam presentes: o presidente Laércio Neres, Caetano e Marquinhos do Leite, sendo este último o único a se comprometer a sugerir emendas ao PL.

A proposta tramitará na Câmara e ainda não há data para ir à votação.