O Lúpus é uma doença autoimune pouco conhecida da população que pode ocorrer em qualquer idade e sexo, porém as mulheres são as principais vítimas da doença.
“É mais frequente em mulheres que estejam em seu ciclo de vida fértil, que varia entre 20 e 40 anos. Isso porque é nesta faixa-etária que os hormônios estão mais atuantes. A causa da predominância do sexo feminino não é completamente conhecida, mas sabemos que a ação do hormônio feminino, no caso o estrógeno, ajuda a desencadear ou agravar a doença”, explica a reumatologista Luciana Seguro.
A doença dificilmente apresenta sintomas característicos. Na maioria das vezes, a pele é a que pode indicar alguns indícios da enfermidade, mas qualquer órgão do corpo pode ser atingido.
De acordo com o médico Luiz Carlos Latorre, do Hospital de Heliópolis, o Lúpus é caracterizado por um desequilíbrio no sistema de defesa do organismo de algumas pessoas geneticamente predispostas à doença.
“Existe um desequilíbrio no sistema de defesa do organismo em algumas pessoas geneticamente predispostas e elas começam a produzir auto-anticorpos, que ao invés de defendê-las, passam a atacar o próprio organismo”, explica.
O Lúpus não é hereditário, mas uma doença que tem um componente genético. Sua ocorrência é mais frequente entre as pessoas da mesma família. Porém, isso não significa que uma mãe que tenha a doença vá gerar necessariamente um filho com Lúpus.
As pessoas acometidas pela doença podem viver normalmente, se cumprirem corretamente o tratamento, à base de medicamentos apropriados. A assistente de enfermagem Mônica Macedo conta que, em um período de estresse, começou a emagrecer sem motivo, perder o cabelo e ter diarreias constantes.
“O fator emocional ajudou a desencadear a doença, isso é comum para quem tem Lúpus. Em 2008, quando descobri, fui encaminhada para tratamento dentro do próprio HC, que frequento até hoje. A atenção e o acolhimento são de primeira, tenho toda atenção necessária para controlar a doença”, conta.
Tratamento é feito por especialistas, como dermatologistas e reumatologistas, com base em medicamentos, que são administrados para que o paciente possa ter uma vida normal. Em geral, a dosagem é utilizada nos momentos em que os sintomas se manifestam. O controle do medicamento é extremamente importante para que os remédios não apresentem efeitos colaterais e para que a dosagem seja adequada e utilizada no menor espaço de tempo possível.
Exposição solar pode agravar doença
Segundo o médico Eduardo Borba, do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, as pessoas com problemas de pele devem evitar exposição à luz ultravioleta do sol, um agravante que piora não só as lesões cutâneas mas todo o quadro inflamatório.
“É necessário que o paciente sempre utilize proteção solar acima de 30 para que não piore as lesões cutâneas e as condições inflamatórias da doença”, diz Borba.
As demais pessoas podem ter uma vida normal, dependendo do problema que apresenta: por exemplo, se for de origem renal, deverá controlar o uso do sal. No geral, a vida do paciente é normal, do ponto de vista do convívio social, gestação etc.
Informações e foto: Governo SP