O músico louveirense Luccas Martins está organizando as atividades que marcam o Dia da Consciência Negra em Louveira e em entrevista exclusiva para o site Acontece Louveira falou sobre a importância desta data, que deve ser regada de cultura e quebra de preconceitos.
“Temos que ter um movimento de união, que junte a cultura afro com outras, como a italiana, a nordestina, que já são celebradas na cidade. Não podemos segregar”, diz ele, lembrando que entre as atividades deste dia 20 em Louveira haverá oficinas de turbantes para que o público interessado possa realmente participar. Outra interação será através das trançadeiras, que mostrarão alguns penteados afro.
Mais do que beleza
Mais do que exaltar a beleza negra, Luccas deseja que o Dia da Consciência Negra seja marcado pela quebra de preconceitos. “Temos que falar sobre a religião afro, sobre as lendas dos orixás que muitas pessoas não conhecem e por isso mesmo acham que é algo ruim. Temos que falar sobre oportunidade para o negro, que muitas vezes não tem acesso, não consegue circular em todos os meios. Temos que falar sobre o sucesso do negro, já que ainda são poucas as pessoas que chegam aos altos cargos. Por isso a data não tem que ser de eventos para negros, mas para que todos participem juntos”, opina.
Luccas sente que ainda há uma resistência em relação a cultura negra, como a religião e até mesmo a preservação da história e da memória. “As pessoas sabem bem sobre seus antepassados, de que país vieram, cidade, mas aos descendentes de negros escravos, pouco se sabe. Vieram do continente africano e só”, explica.
Presentes para a data
Se pudesse escolher um presente para o Dia da Consciência Negra, Luccas diz que certamente seria a tolerância. “Quero menos preconceito, afinal o Brasil é um país de mistura de povos: negros, índios, italianos, portugueses, japoneses. Mas sinto que a intolerância com a cultura negra, com a religião afro, entre outros pontos, ainda é grande”.