Junior Soares tem 25 anos, morava em Minas Gerais, sempre gostou de moda sertaneja mas nunca teve a oportunidade de aprender. Hoje ele é um dos integrantes mais novos da Associação Louveirense de Viola Caipira.
Ao posto de novato no grupo também está Paulo José da Mara, de 75 anos, que também aprendeu há pouco tempo a tocar viola. “Sempre tive vontade, mas tinha que trabalhar, não tinha chance. Quando comecei as aulas, achei que não ia conseguir. Aprender foi uma benção”, conta o senhor que está até mesmo já se apresentando com o grupo.
Os violeiros mais experientes dizem que é impossível não se apaixonar pelas modas. “A viola tem um som contagiante”, conta Marcos Antônio Tersário, que é vice-presidente da Associação, e desde antes da formalização do grupo, que foi em fevereiro de 2017, já tocava e incentivava o ensino da viola em Louveira.
Antes de serem uma associação, os violeiros se reuniam na casa dos integrantes para ensaiar e houve um tempo no qual haviam aulas com um professor que vinha de Jundiaí para ensinar os louveirenses. Infelizmente as aulas acabaram mas os violeiros não desanimaram. Montaram a Associação e hoje se reúnem toda quarta-feira às 19 horas no Clube Bandeirantes para ensaiar.
Tem que manter a viola tocando
O grupo hoje tem 15 violeiros e a única mulher é a presidente da Associação, Maria José de Oliveira Campos. Ela conta que desde criança ouvia música caipira e, agora que aprendeu a tocar, quer manter a viola tocando. “Precisa estudar e aperfeiçoar. Quero sempre ir além do que já sei”, conta ela que também reforça que o grupo se reúne para preservar a música sertaneja e o resgate da cultura popular, além de aprimorar a técnica dos violeiros.
Para isso, os ensaios são primordiais. “Tentamos passar o que sabemos para quem ainda está aprendendo. Fazemos porque gostamos e não podemos deixar morrer a tradição da viola caipira”, conta Orlando Cardoso Borchal, que é o violeiro que está liderando os ensaios.
“O jovem tem se interessado mais pela moda de viola e temos grande prazer em ajudar quem quer aprender”, convida, lembrando que todo terceiro sábado do mês o grupo se apresenta no Empório Cestarolli. Apesar da data fixa, os violeiros concordam que a música raiz em Louveira precisa ser mais valorizada.
“Ainda falta espaço para tocarmos”, conta Osvaldo Soares, que está praticando também no tempo livre e tem se ‘apresentado’ para a família. “Sempre que posso, treino em casa. É um prazer”.
O sentimento de paixão pelo instrumento é compartilhado por todos os violeiros louveirenses que desejam deixar de ser um grupo para se tornarem uma Orquestra e, de fato, manter a viola tocando.
Texto e fotos: Marília Porcari Gerciano